sábado, 25 de julho de 2009

Meditar cantando, Meditar dançando!


Na linda voz de Zizi Possi acabo de ouvir a música "Meditação" de Gilberto Gil, que faz parte do cd "Valsa Brasileira" da Zizi.Aliás, um dos melhores cds desta cantora na minha opinião.
Diz assim um trecho da canção:

Dentro de si mesmo,
Mesmo que lá fora
fora de si mesmo,
mesmo que distante
e assim por diante de si mesmo
AD INFINITUM...


Isso traduz um pouco do que sinto muitas vezes ao cantar ou ao participar de uma dança circular.
Recentemente, dia 13 de julho, eu e mais duas lindas mulheres, Rose e Juçara,focalizamos algumas danças meditativas no Anahata(Centro de Desenvolvimento Humano), aqui de Blumenau.
Entre algumas danças,ao som de violão e percussão,entoavamos cantos sagrados de povos distintos.
Foi uma experiência edificante para todos que entraram nessa roda, pois acredito que um trabalho pautado em canto, dança e meditação atue em três esferas humanas que se intercomunicam: a espiritual, psicológica e física.
Faz-se urgente em nossos dias, reunir as pessoas para rever valores e posturas a fim de enxergar de novo o todo que aí está.
A perda de contato com a natureza, o ritmo artificial e acelerado, desconexão entre corpo e mente e falta de tempo, levam as pessoas a centrarem sua energia no "eu exterior" e negar a existência de seu núcleo interior.Por isso tudo é tão iportante meditar!
Mas o que é meditação?
Logo que se fala em meditar nos vem aquela imagem de uma pessoa sentada em posição de lótus e o tempo inteiro de olhos fechados, mas isto não qualifica o ato de meditar.Meditação é um processo e um esforço consciente do "eu exterior" para olhar o "eu interior". Começa com o uso da vontade através da focalização da atenção.
Meditar é abrir canais, dominar a intuição e principalmente liberar-se do pensamento.
Nos cursos e palestras que tenho ministrado enfatizo muito o "deixar fluir".
O espirito que flui é um espirito que não intelectualiza.É o espírito da criança que não tem receio, que não julga. É o espirito que cede!
Ceder a si memso a oportunidade de estar consigo é um exercício muitas vezes doloroso e frustrante. Praticar a meditação, ou seja, entornar-se sobre si mesmo, reconhecendo sua própria essência, exige muita perseverança.
Depois de muitas tentativas eu descobri que naturalmente meditava cantando desde pequena, quando em meu quarto ou no meu canto soltava a voz e me ouvia.
A dança circular em minha vida veio completar ainda mais o sentido desta busca.
Descobri que energia parada adoece e energia em movimento cura.
Por isso o movimento da dança em círculo tem me fascinado.Na roda entulhos energéticos são dissolvidos. Se produz integração, cooperação e fraternidade.
Parece que estamos servindo o universo quando nos entregamos em algumas danças!
Isto é sagrado, sem o sentido religioso da palavra, mas sagrado porque só quem experiemnta esta sensação sabe valorizar e entender o que digo.
Ah, divina música! Eu lhe agradeço, pois estas rodas e cantos em que me manifesto
são inspiradas e embaladas por tuas melodias de tempos tão distantes.
Este é outro ponto: as canções, o repertório selecionado para este tipo de meditação e trabalho. Músicas encantadoras de diversos povos e épocas que nos conectam com nossa ancestralidade! Isto tem importância fundamental no reencontro consigo mesmo.
Então para quem ainda não experimentou fica a qui o convite: dançar, cantar, meditar; um belo caminho usado desde os primórdios de nossa civilização!

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